terça-feira, 21 de junho de 2016

Trago Comigo - Tata Amaral


Tata Amaral segue em sua investigação sobre os anos de chumbo brasileiros.

Em seu filme anterior, Hoje - já comentado aqui - esse já era seu foco principal. 


E agora em Trago Comigo, Tata dá sequência à narrativa construída para uma série televisiva e a transforma também em longa-metragem.

As lembranças e depoimentos de pessoas que foram presas e torturadas durante a ditadura servem não apenas de inspiração para personagens fictícios, mas também como pontuações documentais ao longo do filme.

Talvez aqui valesse uma elaboração que integrasse mais as duas linguagens, mas a opção foi pela secura e dureza do conteúdo.

Na ficção o roteiro (trama e diálogos) também tem opção bastante didática: um diretor de teatro relembra seu passado, reconta a jovens atores e junto com eles constrói uma peça autobiográfica.

Para isso a linguagem ora parece de ficção, ora de documentário, e conta ainda com linguagem teatral e um dinamismo videoclípico de fotografia e montagem.

O resultado é um filme simples e funcional no qual um dos principais destaques é a interpretação de Carlos Alberto Riccelli.

Bom filme, mas que poderia ter ido além se transcendesse no conteúdo histórico e nos trouxesse mais momentos de thriller psicológico e poesia como em no primoroso Hoje.

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