O roteirista e diretor John Hughes é um dos ícones americanos dos filmes de "sessão da tarde", entre seus roteiros estão Esqueceram de Mim e Beethoven, além de ter roteirizado e dirigido o clássico Curtindo a vida adoidado.
Visto hoje o filme pode provocar reações diversas: desde uma nostalgia pelos anos 80 (figurinos, músicas, visuais);
Uma admiração por certo frescor de um humor mais nonsense e uma liberdade maior de interpretações e decupagens, por exemplo o diálogo direto com o público, com Ferris se dirigindo para a câmera (a linguagem muitas vezes também responsável por constrangimentos se visto hoje em dia);
Um estranhamento pelo humor politicamente incorreto e profundo incômodo pela premissa e conflitos apresentados.
Uma admiração por certo frescor de um humor mais nonsense e uma liberdade maior de interpretações e decupagens, por exemplo o diálogo direto com o público, com Ferris se dirigindo para a câmera (a linguagem muitas vezes também responsável por constrangimentos se visto hoje em dia);
Um estranhamento pelo humor politicamente incorreto e profundo incômodo pela premissa e conflitos apresentados.
Como o título original diz, acompanhamos um dia de folga do adolescente Ferris Bueller. Na verdade, um dia em que ele decide cabular aula para curtir a vida.
Para isso tem que criar diversas traquitanas e armações para enganar seus pais e distrair o diretor da escola.
Nessas enganações não há pudores ou escrúpulos, o que vale é mesmo se dar bem. E em se dar bem está incluído tudo que a sociedade de consumo prega: mulher bonita, carro possante, lugares selecionados e com listas VIP etc.
Mesmo na única personagem que esboça um conflito real: o amigo Cameron, que questiona Ferris a todo momento, em parte por sua timidez e medo de enfrentar adversidades, mas por outro por não parecer ver sentido em todas as "doideiras" que o amigo faz.
Cameron então resolve romper com tudo e assumir a culpa do acidente com a Ferrari do pai que Ferris pegou para eles darem uma volta. Mas o que ele ganhará com isso? Por que o fará? O que poderá vir de bom disso? Essas são respostas que o filme não esboça, ao contrário, não demonstra a menor preocupação. A preocupação é apenas "se dar bem".
Independentemente de ser um filme para descontração e diversão, as atitudes inconsequentes fazem com que o filme seja porta-voz de uma ideologia egoísta, consumista, machista, manipuladora, aproveitadora e superficial.
Ainda bem que na mesma época tivemos outros clássicos "sessão da tarde" como ET e De volta para o futuro!
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