Filme de estréia de Roberta Marques apresenta a história da jovem que dá título ao filme.
Rânia é uma adolescente que divide seu tempo entre as tarefas domésticas ao lado da mãe (uma costureira dedicada), nos parcos diálogos e conflitos com os irmãos, no total estranhamento com o pai (um bruto pescador), no cotidiano da escola...
E principalmente nas aulas e treinos de dança e na vida ao lado da amiga Zizi.
E principalmente nas aulas e treinos de dança e na vida ao lado da amiga Zizi.
Zizi é um pouco mais velha e tenta driblar o namorado para seguir sua vida de prostituição. Talvez essa independência e poder de sedução que ela exerça seja o que seduz Rânia a entrar por caminho semelhante...
Sua justificativa é sempre o amor à dança, seja das aulas de colégio, do strip tease da boate ou da cia de dança contemporânea que conhece e lhe dá a possibilidade de seguir uma vida profissional.
Esta esperança se dá na figura de Estela, bem interpretada por Mariana Lima.
Esta esperança se dá na figura de Estela, bem interpretada por Mariana Lima.
Os elementos estão todos aí, cheios de potencial embora sem tanta originalidade.
A originalidade está no perfil da personagem, ao mesmo tempo tratado de modo intimista, pessoal e poético e com grande realismo.
Porém essa abordagem não é constante e não se aprofunda. As pinceladas no início e no fim do filme por um lado deixam certo gosto de quero mais (querer conhecer esse olhar delicado e sensível de Rânia) e por outro acabam reforçando certas lacunas.
O que Rânia vive não parece ter tanta urgência (demoramos a reconhecer seus conflitos e os muitos caminhos apontados dispersam um pouco a narrativa).
A premissa, o elenco, a direção de atores, as boas personagens e as lindas paisagens muito bem fotografadas acabam assim se esmaecendo um pouco com as irregularidades do roteiro.
Que venham novos passos de Roberta Marques para conhecermos mais lados de suas Rânias...
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