Filme de grande destaque em festivais pelo mundo (elogiado em Cannes e entre os críticos da Cahiers du Cinema, indicado ao Oscar e vencedor do Globo de Ouro de filme estrangeiro e de diversos festivais pelo mundo),
Valsa com Bashir acabou não tendo tanto lugar em sua trajetória nos cinemas brasileiros.
Valsa com Bashir acabou não tendo tanto lugar em sua trajetória nos cinemas brasileiros.
O diretor israelense Ari Folman parte dos fatos reais do massacre de Sabra e Chatila - guerra ocorrida no Líbano em 1982,
E faz um documento pessoal e intimista misturando suas memórias (de ter servido o Exército na época), suas relações pessoais com o fato, o relatos de amigos e "reconstituições".
O tom pessoal, muitas vezes na primeira pessoa do diretor e em suas conversas com amigos ganha um lirismo ainda maior pelas imagens transformadas em animação.
(Lirismo que nos remete a Waking Life de Richard Linklater seja pelo tom reflexivo ou pela técnica usada, na qual o traçado é feito sob os personagens e depoimentos reais).
Pelo conteúdo tão real e sincero, o desenho ao invés de atenuar a gravidade dos fatos e da dor do massacre, que resultou na morte de cerca de 1700 palestinos, apenas dá a ele uma outra dimensão.
Não apenas a dimensão da crueza e tristeza do ocorrido, mas do horror e da repercussão nas pessoas que viveram o episódio.
A animação contribui para levar a história não para o trauma social, mas para o trauma psicológico e particular dos envolvidos.
A animação contribui para levar a história não para o trauma social, mas para o trauma psicológico e particular dos envolvidos.
Abordagem profundamente humana.
Diferente do esboço disperso de O Mestre e do trabalho mais pesado de Apocalipse Now - já comentados aqui,
Folman faz um trabalho artístico-psicanalítico sobre aqueles que vivenciam uma tragédia e sem atos heroicos, sofrem pela omissão ou pela impotência diante da guerra.
Folman faz um trabalho artístico-psicanalítico sobre aqueles que vivenciam uma tragédia e sem atos heroicos, sofrem pela omissão ou pela impotência diante da guerra.
O universo mais pessoal e tormentoso parece ser o lugar de Folman, que hoje também está em destaque pela co-roteirização da série Be Tipul, adaptada para diversos países.
(como a ótima versão americana In Treatment ou a versão brasileira, dirigida por Selton Mello, Sessão de Terapia).
E em seu novo trabalho, que deve estrear nas próximas temporadas o longa de ficção The Congress sobre uma atriz em crise.
Aguardemos no divã. Ou na sala de espera com a Valsa com Bashir ao fundo...
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