terça-feira, 5 de julho de 2011

Meia-noite em Paris (e com Woody Allen)


Após certo desânimo com os últimos filmes de Woody Allen (relembre aqui e ali), fui para esse sem muitas expectativas.

Conhecedora de seu alterego quase sempre protagonizando suas tramas e já interada do uso das capitais européias apenas como cenário de suas tramas cômico-românticas habituais (vide Vicky Cristina Barcelona, Match Point e outros mais recentes passados em Londres), eis que me deparo com certa surpresa...

Dessa vez o ambiente era a charmosa capital francesa: Paris - cidade luz!

O filme começa como um típico trailer de agência de turismo - os clássicos e belíssimos cartões postais da cidade (igrejas, pontes, museus, alamedas, parques, Sena, Torre Eiffel...).

Em seguida vemos os tradicionais enredos amorosos de Woody Allen, seu alterego, Gil, aqui vivido por Owen Wilson e seu par romântico por Rachel McAdams, e contrariedades com seus pais.

Conflito de classes, carreira, status... (A mocinha é uma dondoca que se encanta com dinheiro, conforto, status, e os comentários pseudo-intelectuais pedantes de um amigo que encontra por acaso na cidade).

Assim, Gil se vê oprimido em seu sonho de ser escritor, redator de arte e não mais de histórias comerciais para o cinema (é um roteirista bem sucedido de Hollywood).

Tudo caminha corriqueiramente, até que Woody lança mão à fantasia. E muito bem! Ele explora Paris de uma maneira interessante e inusitada...

Qualquer um que visite Paris tem a sensação de uma visita não apenas geográfica, mas histórica. Tudo ali tem significado, fez parte de grandes momentos, foi frequentado por celebridades...

E é justamente o que o filme traz à tona. Gil entra em um túnel do tempo e pode viver a riqueza da cidade em diferentes tempos...

Sempre naquele espaço, Paris encanta pela sua efervescência nos anos dourados da década de 20, nos encantadores anos da belle époque ou até mesmo em seus tempos de palácios e cortes...

Woody não aprofunda nenhum tema, nenhum personagem, mas constrói um mosaico muito divertido, cheio de nomes, citações, interações... E com ótimas atuações, por exemplo da nova queridinha francesa em Hollywood: Marion Cotillard.


Participações políticas como da primeira dama Carla Bruni;







Ou participações ilustres como Adrien Body vivendo Dali.



Muito graciosa a interação desse escritor e os conselhos que ele recebe de escritores e artistas célebres que por ali passaram. Muito interessante o desfecho de todos eles...

Longe de ser um filme profundo, mas graciosamente agradável!

Meia-noite em Paris é uma ótima sessão da tarde! Meia volta e volver! E vou mesmo! Veja você também!

Um comentário:

  1. Brincando com o que restou da Nostalgia segundo Woody... abrir os olhos para o usual por seu extraordinário irromper-se, deixar morrer o sonho doente, querer persistente, ponto de vista insistente - escora nessa fuga do olhar para a grama do vozinho, nhac! seguiu seguindo o seguir!

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