segunda-feira, 4 de julho de 2011

Contracorrente peruana!



Filme de estréia do peruano Javier Leon-Fuentes traz uma trama forte e interessante.
Com destaque para o elenco de José Chacaltana, Manolo Cardona Tatiana Astengo





A crise de um personagem que vive a chegada de seu filho em um casamento harmônico em uma vilinha de pescadores na costa peruana, 





E um romance de anos que vive com um artista estrangeiro.



A intensidade com que vive as duas relações me encanta de cara, pois mostra uma situação complexa, ambigua, densa e sem resolução possível... Um impasse forte e profundo...



Com um terço de filme e me vejo cheia de questionamentos e com grande interesse e curiosidade por seu desenrolar...

E talvez por isso a partir de aí o filme fique aquém das minhas expectativas...

O amante do pescador morre e pra mim morre junto grande parte do potencial dessa trama... A complexidade desse personagem ter que se relacionar com essa vida dupla se enfraquece.

Claro que não é só isso, pois uma outra história se apresenta. A resolução desse personagem diante da morte, como ele superar esse amor interrompido se torna seu grande conflito: desde ele não poder compartilhar essa dor com ninguém, até ele não realizar o rito de morte praticado no local - uma cerimônia que permite aos mortos irem viver sua eternidade em paz. Enquanto esse rito não ocorre, o morto fica como um fantasma rondando entre os vivos com quem se relacionava...No caso apenas o pescador.

Esse conflito de ter que resolver as questões através da morte traz uma poesia ao filme, para muitos até mais original do que o drama mais convencional. Mas para mim foi uma perda. Desperdício de um drama com potencial maior do que o que se desenrolou.

Talvez porque eu tenha visto no filme a possibilidade de ver crescerem personagens tão bem construídos (e preciosamente interpretados), e que parece encontrar eco nessa crítica que o chama de "brokeback caiçara" em referência ao filme de Ang Lee, de uma história tão simples e um clima tão denso e poético.

Contracorrente tenta essa mesma poesia e explora cenas ritualísticas, mas para mim seu primor está nas cenas menos pretenciosas, nos detalhes, em pequenas nuances, no que fica esboçado...

De qualquer maneira, pensar que esse foi um primeiro filme, é para dar muito ânimo para esperar o próximo!


Que venham mais lindas cenas e cenários peruanos invadir nossas telas!
Enquanto isso, fica esse bom aperitivo de entrada, confira no trailer!...

Nenhum comentário:

Postar um comentário