Os irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne têm apresentado um cinema sólido e antenado com problemas político, sociais e suas implicações psicológicas.
Todos seus últimos filmes - O Filho, A Criança, O Silêncio de Lorna, O Garoto de Bicicleta - já comentado aqui - têm narrativas simples que resultam profundas e intimistas.
Em Dois dias, uma noite, a narrativa é ainda mais direta, sem qualquer situação paralela, o filme fala do conflito de uma mulher que tem seu emprego ameaçado e sua busca para mantê-lo.
O filme não tem qualquer rebuscamento, traz cruamente as situações vividas por Sandra: o recebimento da notícia em que uma votação seus colegas preferiram receber bônus do que mantê-la na equipe e o que é gerado a partir daí.
O esforço de alguns para tentar refazer a votação e mudar a opinião dos demais e a contagem regressiva dos dois dias e uma noite em que Sandra tenta conversar com seus colegas.
Sandra, brilhantemente vivida por Marion Cotillard (conhecida por trabalhos como Ferrugem e Osso, também comentado aqui) fraqueja nos momentos de dificuldade, mas tira forças do âmago (e de anti-depressivos) para enfrentar os embates com os colegas.
Ela sabe que o recebimento de mil euros é importante para eles, mas tenta fazer com que eles levem em consideração a possibilidade dela ficar desempregada.
Para alguns o filme pode parecer repetitivo pelo discurso feito diversas vezes por Sandra, mas as variações e sutilezas de cada repetição é que tornam o filme tão rico e humano.
Solidariedade, intolerância, respeito, individualismo, violência etc são alguns dos aspectos trabalhados.
Solidariedade, intolerância, respeito, individualismo, violência etc são alguns dos aspectos trabalhados.
Assim, vamos aos poucos nos envolvendo com a complexidade da situação e nos aproximando da personagem.
Ao mesmo tempo vamos compondo os diferentes lados de patronato e trabalhadores e vamos sendo levados para dentro do jogo do capitalismo e os xeques que tem vivido.
E sempre pela perspectiva intimista, marca dos talentosos e comprometidos irmãos.
Ao mesmo tempo vamos compondo os diferentes lados de patronato e trabalhadores e vamos sendo levados para dentro do jogo do capitalismo e os xeques que tem vivido.
E sempre pela perspectiva intimista, marca dos talentosos e comprometidos irmãos.
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