terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Birdman - Alejandro González Iñárritu


Iñárritu já mostrou que tem boas premissas de história e fôlego para direção. Autor de Amores Perros, 21 Gramas e Babel, lança agora Birdman.

O filme traz questões bem interessantes sobre a vivência da indústria cultural: o talento X a fama, a arte X o comércio, o reconhecimento X o dinheiro, a imortalidade X o imediatismo etc.


Birdman conta a história de Riggan Thomson, que teria interpretado um grande super herói nos cinemas (birdman) e agora quer reconhecimento por uma produção cultural: escreve, dirige e atua numa peça que vai estrear na Broadway. Quem vive o personagem, não por acaso, é o ex-batman Michael Keaton.

Thomson vive um embate interno (que nos faz inclusive ouvir suas vozes, quase numa esquizofrenia do personagem).

Ele também se embate com o produtor da peça, o elenco, a família, seus alteregos e algozes, vividos por nomes como Edward Norton e Naomi Watts.

Além da temática instigante, Birdman tem também uma linguagem vigorosa: um ritmo frenético dado por diálogos inteligentes, longos planos sequências com ótima mise-en-scene e uma trilha sonora bem compassada.


Mas talvez exatamente essa construção tão ritmada acabem deixando o filme cansativo.

A linguagem se desgasta e a dificuldade em encerrar o conflito fazem com que o quarto final do filme caiam muito.
Birdman lança vôos várias vezes e parece que vai pousar, mas decola novamente e vai voando cada vez menos alto.

Ainda flerta com diversas metáforas sobre as identidades de super-heróis e a construção de famas hollywoodescas, mas vai caindo em espécie de pieguices.

Mesmo assim Birdman vem com frescor e é ótimo que tenha sido o grande vencedor do Oscar em 2015. Um viva aos mexicanos!

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