O diretor grego Costa-Gravas encara o desafio de tentar entender e explicar um pouco a que ponto do capitalismo nossa sociedade chegou. O Capital entrama personagens do sistema financeiro e seu entorno.
Gravas reúne um elenco interessante, do marroquino Gad Elmaleh, de filmes como Espuma dos Dias - já comentado aqui.
Passando pela francesa Céline Sallete, de filmes como Apollonide e De ferrugem e osso - também comentados aqui. Céline faz uma personagem secundária, mas de extrema importância para a trama, já que é possivelmente o único ponto de identificação entre filme e público.
Ou o irlandês Gabriel Byrne, que recentemente pode ser visto protagonizando a série In Treatment. e que vive o principal vilão.
Personagens frios e calculistas que se veem em xeque o tempo todo e por isso tentam sempre antecipar os passos e se colocar à frente, ou cobras que tentam comer cobras.
Narrativa principalmente baseada nos diálogos, mas apresentando um universo onde circula muito dinheiro, assim locações e figurinos esbanjam luxo e brilham aos olhos.
Também os atores que oscilam entre a aridez da esfera política e mercantilista e entre o extremo da beleza e da vida das aparências.
Muito boa a apresentação do cenário e importante por mostrar a que ponto chegamos e podemos chegar.
Para um público mais humanista, o filme pode chegar seco demais e não envolver muito, já que busca uma relação racional com seu público sem gerar muita emoção (talvez raiva e indignação, mas com pouca identificação com as personagens).
Mas resulta em uma boa aula sobre os tempos em que vivemos...
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