Segundo longa do diretor italiano Michelangelo Frammartino, As Quatro Voltas encanta e surpreende.
O cineasta e crítico (e etc):
Eduardo Valente falou muito bem sobre o olhar de Frammartino que parte de um tom idílico para descrever a vida de um pastor no campo, mas que logo vai além...
Eduardo Valente falou muito bem sobre o olhar de Frammartino que parte de um tom idílico para descrever a vida de um pastor no campo, mas que logo vai além...
"o que poderia facilmente se contentar em ser apenas um filme de olhar distanciado, algo entre o cinema de arte autocongratulatório pelo seu “olhar delicado” e um National Geographic humanista
(e o diretor demonstra ter cacife e facilidade para fazer um exemplar de ambos muitíssimo bem resolvido), na verdade é um filme de imenso controle do seu andamento, seja através do ritmo, seja através, principalmente, de uma precisão absurda de enquadramentos."
(e o diretor demonstra ter cacife e facilidade para fazer um exemplar de ambos muitíssimo bem resolvido), na verdade é um filme de imenso controle do seu andamento, seja através do ritmo, seja através, principalmente, de uma precisão absurda de enquadramentos."
A linguagem de As Quatro Voltas de fato é precisa, mas ao mesmo tempo pulsante, genuína e poética.
A precisão não parece vir de uma busca racional e matemática, mas como a única maneira possível para narrar aquelas situações e aquele contexto, cheios de uma REALidade que remetem a Alberto Caeiro - heterônimo de Fernando Pessoa - ou questionamentos de Nietzsche/Zaratustra.
Mas como coloca Valente, Frammartino não se prende a romantismos ou nostalgias, sua poesia vem da secura e a beleza vem do realismo.
Seu drama não traz pesares ou esperanças, traz (graças e desgraças de) ciclos da vida (dos homens, animais, plantas, sol, chuvas, neves...).
Seu drama não traz pesares ou esperanças, traz (graças e desgraças de) ciclos da vida (dos homens, animais, plantas, sol, chuvas, neves...).
Apesar da ausência de diálogos, das poucas personagens, situações simples e concisas, As Quatro Voltas prova que o menos pode ser mais.
E como o cinema pode ser pequeno e magistral ao mesmo tempo.
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