David Leaf e John Scheinfeld, experientes em documentários televisivos e musicais, descobriram no período da vida de John Lennon em que ele morou nos EUA uma fonte inspiradora e promissora para um documentário.
Além das trilhas excepcionais que vem em conjunto (Imagine, Give Peace a Chance, Revolution etc), Os EUA X John Lennon traz questões complexas e sintetizadoras de uma época.
Como o próprio Lennon diz, da geração "flower", que teve que aprender com as frustrações (a derrota da "paz e do amor") e se reconstruir e se redirecionar - além de descobrir ou inventar como enfrentar seus inimigos.
Como o próprio Lennon diz, da geração "flower", que teve que aprender com as frustrações (a derrota da "paz e do amor") e se reconstruir e se redirecionar - além de descobrir ou inventar como enfrentar seus inimigos.
O documentário traz questões ao mesmo tempo pontuais e bastante abrangentes, como a censura e o direcionamento político do Lennon e dos EUA e a contraposição apresentada.
Do país cada vez mais militarizado e intensificado na Guerra Fria e de um Lenon cada vez mais politizado, atuante e pacifista.
(o levando inclusive a um distanciamento dos Beatles - que culminou em seu fim; à aproximação de Yoko e a intensificação de sua parceria - afetiva e artística; aproximação com movimentos sociais e políticos - contra a Guerra do Vietnan, contra prisões de censura e porte de drogas, com os Panteras Negras, ou mesmo pela própria liberdade).
Para isso o documentário se apoia em dados biográficos de Lennon, suas músicas e depoimentos ilustres: do próprio John, Yoko, Nixon, McGovern, J. Edgar Hoover, Tariq Ali, Noam Chomsky etc.
O filme narra bem as questões pontuais envolvendo Lennon, entretanto não vai além na abrangência dos temas discutidos. Buscando uma linguagem acessível exagera no uso das trilhas (praticamente não há depoimentos sem trilha), e os depoimentos são sempre cortados (breves em nome de um dinamismo que compromete o tempo necessário para reflexões mais elaboradas).
Faltam intervalos entre as músicas, contemplação e reflexão, até para dar mais força ao poderoso material de arquivo. E também para dar mais força às músicas, para elas poderem reverberar melhor seus discursos e sua poesia.
Válido, envolvente e interessante, mas aquém das possibilidades.
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