O diretor francês Philippe Garrel ficou conhecido por aqui por sua obra-prima Amantes Constantes. Narrativa instigante, estética forte, filme nada convencional e extremamente potente veio nos mostrar todo seu potencial e instigar a adentrarmos em sua cinematografia...
Agora estréia seu Verão Escaldante.
Novamente em uma narrativa não convencional, onde a ordem é colocada de maneira subjetiva (ainda que o filme mantenha um distanciamento não emocional), com lembranças e relatos sendo somados, e sentimentos sendo construídos e colocados de maneira "estanque".
O borbulhar e escaldar de um verão mostrado em personagens blasè, que ardem em seu tédio, em sua prostração e que ardem também pela perda daquilo que gostam, em gostar do que lhes está seguro - e que, apesar de tudo, é intenso.
As locações, a foto, a arte, a montagem, etc são interessantes por contribuírem em uma construção um pouco atemporal... Sem um tempo e espaço muito definidos e que combinam com a progressão narrativa sem a cadência clássica.
O que vale são as personagens confinadas em si mesmas, mal conseguindo expressar seus sentimentos (e nem parecendo entendê-los).
O que vale são as personagens confinadas em si mesmas, mal conseguindo expressar seus sentimentos (e nem parecendo entendê-los).
Para viver essas "emoções" um ótimo elenco: novamente Philippe trabalha com seu filho, um dos atores mais cobiçados do cinema francês atual: Louis Garrel;
Uma participação do pai do diretor, Maurice Garrel;
A diva italiana (e por que não mundial?!) Mônica Belucci;
A interessante Céline Sallette, um dos destaques do elenco do belo filme Apollonide - Os Amores da Casa de Tolerância, já comentado aqui).
E os rapazes: Jérôme Robart, Vladislav Galard e Vincent Macaigne.
Verão Escaldante nos intriga, não nos dá espaço para aproximação das personagens, mas ao mesmo tempo nos instiga o suficiente para ficarmos ao seu lado. Não nos faz torcer ardentemente por elas, mas ao mesmo tempo nos faz senti-las dentro de nós...
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