A parceria dos irmãos David e Stéphane Foenkinos já havia sido experimentada no curta Une Histoire de Pieds.
Pela primeira vez em um longa, eles somam forças da experiência de David com roteiro e de Stéphane em casting de mais de 50 filmes.
Em A Delicadeza do Amor, o casting certamente é um ponto positivo do filme, desde o carisma da protagonista Audrey Tatou, com nuances muito bem trabalhadas;
Passando por coadjuvantes importantes como Ariane Ascaride (ainda em cartaz por aqui com o ótimo As Neves de Kilimanjaro, já comentado aqui);
E o excelente trabalho de Markus Lundl - personagem estranho, que passa por uma interessante curva, do quase repulsivo ao intrigante e, finalmente, ao encantador.
Transição que faz lembrar a personagem de David Thewlis, Mr. Kinski, na grande obra Assédio, de Bernardo Bertolucci. Ali também a paixão vem lenta e gradual e termina irremediável.
A trama de A Delicadeza do Amor também tem grandes méritos, menos pela premissa de amor, perda, luto e paixão, mas mais por detalhes de diálogo (corriqueiro, realista, saboroso, profundo...), construção de personagem, ritmo e competências técnicas de foto, arte e som.
Tatou vive uma jovem que vive um romance irretocável, mas que tem que se reestruturar com a perda do companheiro.
Fugindo e se reencontrando nas velhas relações, se entregando ao trabalho como forma de luta e na difícil tarefa de redescobrir o mundo e outras possibilidades.
Temas realmente "delicados" e tratados pelo filme de maneira bastante sensível. Às vezes com certos excessos e momentos clichês, mas em geral resultando num bom e agradável filme!
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