terça-feira, 7 de junho de 2011

Alice no País de Tim Burton

Tim Burton adaptou Alice para o seu mundo, primor estético, onde ele delirou e aproveitou cada personagem para explorar caricaturas, cores, formas, efeitos...


Mas faltou dramaturgia... Um mundo assim para mim não tem maravilha (é apenas passagem para um buraco cheio de pirotecnias)... Falta eu entender o conflito da protagonista, sentir na pele seus dramas, sofrer com ela, querer lutar com ela, esperar suas reações e superações... 

Aqui os personagens são maniqueístas - bem diferente do original de Lewis Carroll, e não surpreendem, a não ser por seus trejeitos e belos figurinos...


Talvez se Tim quisesse trazer menos elementos poderia aprofundar mais as questões... A rainha que se vê em dúvida entre ser amada ou ser temida (conflito bastante interessante, mas abordado superficialmente) ou a garota que se incomoda com certos artificialismos da sociedade, mas no fim "vomita" verdades com um extremo moralismo às avessas...


Sutileza, complexidade só deixaria a adaptação mais fiel, sedutora, complexa, emocionante...

Pois falta eu me emocionar como me emociono com Edward e suas mão de tesoura, como me emociono com a família lutando contra fantasmas divertidos e BeetleJuice, com o Coringa, a Mulher Gato e o Pinguim lutando com Batmam.

Ou mesmo em desenhos de uma noiva cadáver... 


Todos me parecem mais vivos do que quando Tim extrapola na plasticidade e faz de seus personagens quase que bonecos plastificados também, sem sentimento, sem carisma... 
O que não deixa de ser um problema recorrente em sua cinematografia, já que tenho problemas similares com sua Fantástica Fábrica de Chocolate, com Seeney Todd - o Barbeiro Demoníaco, entre outros...



Mais drama, Tim Burton, porque a arte você domina!

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