Como Esquecer... Nem memorável, nem deletável... Boas intenções, bom argumento, bons momentos de interpretação, bons textos... Quase um desperdício já que um tratamento tão fraco, tão novelístico em diálogos pomposos e artificiais, situações e desfechos previsíveis, personagens clichês...
(A mocinha que está depressiva e mau humorada e não se rende dessa sua condição em NENHUMA situação; o mocinho gay que é positivo e divertido e evita encarar QUALQUER coisa com mais seriedade; a coadjuvante romântica que coloca seus
sentimentos acima de TODOS
os problemas e questionamentos
que venha a ter;
aluna apaixonada, bem resolvida e idealista; mulher madura, bem resolvida e segura. - Aliás, interessante apresentar tantos personagens gays que questionam seus relacionamentos sem questionar suas opções sexuais: mérito do filme).
Porém a maneira como todas essas personagens se relacionam parece mal construída (talvez um mal de adaptação por querer trazer muitas situações e condensá-las). Há um excesso de coincidências e chegam a incomodar (toda a gama de relações da protagonista se condensa em 5 pessoas e absolutamente mais ninguém...) E polui o que é o mais interessante que é justamente a personagem que não aparece, a que está sendo esquecida e que aparece justamente como um fantasma, em geral como funcionam os Ex em nossas vidas, principalmente no momento de transição, momento de "luto"...
O final das relações são sempre tão densos e complexos, se intui que o livro no qual o filme foi baseado também seja, mas o filme fica muito aquém... Quer colocar em trama o que é filosofia e só consegue primariamente em textos
narrados e diálogos mal feitos...
Fica o gostinho de uma proposta que começa muito bem, com o que está nas entrelinhas, com os sentimentos que ficam não ditos, que tem uma profundidade e complexidade de sentimento, mas que aqui se transformam em frases de efeito opacas...
Os maus diálogos e monólogos também comprometem outro ponto positivo do filme: ter no casting Ana Paula Arósio em um papel original para sua trajetória que em geral a explora por sua carinha doce de mocinha de novela, mas sem situações e falas mais densas e críveis, esse talento se enfraquece...
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