terça-feira, 9 de novembro de 2010

Como Esquecer - Malu de Martino


Como Esquecer... Nem memorável, nem deletável... Boas intenções, bom argumento, bons momentos de interpretação, bons textos... Quase um desperdício já que um tratamento tão fraco, tão novelístico em diálogos pomposos e artificiais, situações e desfechos previsíveis, personagens clichês... 

(A mocinha que está depressiva e mau humorada e não se rende dessa sua condição em NENHUMA situação; o mocinho gay que é positivo e divertido e evita encarar QUALQUER coisa com mais seriedade; a coadjuvante romântica que coloca seus
 sentimentos acima de TODOS 
os problemas e questionamentos 
que venha a ter; 


aluna apaixonada, bem resolvida e idealista; mulher madura, bem resolvida e segura. - Aliás, interessante apresentar tantos personagens gays que questionam seus relacionamentos sem questionar suas opções sexuais: mérito do filme).


Porém a maneira como todas essas personagens se relacionam parece mal construída (talvez um mal de adaptação por querer trazer muitas situações e condensá-las). Há um excesso de coincidências e chegam a incomodar (toda a gama de relações da protagonista se condensa em 5 pessoas e absolutamente mais ninguém...) E polui o que é o mais interessante que é justamente a personagem que não aparece, a que está sendo esquecida e que aparece justamente como um fantasma, em geral como funcionam os Ex em nossas vidas, principalmente no momento de transição, momento de "luto"...

O final das relações são sempre tão densos e complexos, se intui que o livro no qual o filme foi baseado também seja, mas o filme fica muito aquém... Quer colocar em trama o que é filosofia e só consegue primariamente em textos
narrados e diálogos mal feitos...

Fica o gostinho de uma proposta que começa muito bem, com o que está nas entrelinhas, com os sentimentos que ficam não ditos, que tem uma profundidade e complexidade de sentimento, mas que aqui se transformam em frases de efeito opacas...

Os maus diálogos e monólogos também comprometem outro ponto positivo do filme: ter no casting Ana Paula Arósio em um papel original para sua trajetória que em geral a explora por sua carinha doce de mocinha de novela, mas sem situações e falas mais densas e críveis, esse talento se enfraquece...


Fica a boa intenção, boa proposta, mas a diretora Malu de Martino deixa a desejar na execução para que esse fosse um filme de como lembrar...

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