segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Star Wars - O despertar da força (the force awakens) - J.J. Abrams


Quase 40 anos após o lançamento do primeiro filme da saga criada por George Lucas, Star Wars continua fazendo sucesso.

Seu sétimo filme - O Despertar da Força segue conquistando o público com os mesmos atrativos: a construção de um universo fantasioso e muita ação.

Alguma trama molda os personagens e traz questões dramáticas ao filme, mas é totalmente secundário, não ganha tempo nem destaque no filme. 

Nem mesmo para explorar a reunião de parte do elenco original como Harisson Ford e Carrie Fisher

O foco se mantém nas batalhas e no dinamismo das lutas, cada vez mais aprimorados com os efeitos especiais (como 3D) e dirigidos pelo experiente J.J.Abrams.

O talento de George Lucas em criar seu universo de faz de conta (inspirados em conceitos básicos de estudos da psicologia sobre mitos e contos de fadas) o fez criar personagens e cenários (muito mais do que uma narrativa de começo, meio e fim como na maioria dos filmes). 

Ele construiu um material de tanto potencial que instigou milhares de jovens a imaginar essas outras galáxias em guerra e que não apenas os filmes passaram a contar essa história.

Mas histórias paralelas de fãs (divulgadas em revistas e na internet) e depois jogos, animações, videogames e todo um arsenal multimídia muito além da sétima arte.

Hoje essa já faz parte da estratégia de marketing da marca Star Wars, comprada pela Disney e não mais pertencente ao seu criador George Lucas. Lançar produtos Star Wars em diversas mídias.

E para quem se interessa apenas pelos filmes, é possível desfrutar da ação e da sequência de acontecimentos.

Mas que parecem quase simplórios perto a todo o império de entretenimento criado e todo o imaginário que acompanha milhares de pessoas a tantas décadas.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Phoenix - Christian Petzhold


Em seu filme anterior, Barbara, já comentado aqui, Petzhold já trabalhava com personagens fortes, lacônicas e densas. E também já havia um clima de mistério em sua trama. 



Já em Phoenix esse é o ponto central.



Com um argumento interessantíssimo, cuja fonte é o livro de Hubert Monteilhet: mulher desconfigurada em um campo de concentração reencontra seu marido como uma desconhecida.

O filme tem ainda mais potencial por trazer um fundo político e social (Nazismo e 2a Guerra) e várias questões psicológicas envolvidas.

Entretanto por prezar tanto a trama e a construção de mistério sobrepõe isso à construção de verossimilhança e assim as questões psicológicas se enfraquecem. 

Como crer que um marido não reconhece sua esposa quando volta a conviver com ela?

Por que então não explorar melhor a relação que eles tinham antes, a que se busca agora, as motivações de ambos? Talvez assim a narrativa ficasse menos solta e o clima construído ganhasse mais força.

Uma pena pois o filme não mantém seu ritmo e fica aquém do que a trama possibilita...

Faz lembrar A Pele que habito de Almodovar - já comentado aqui - e Time de Kim Ki-Duk, que, ao contrário, constrói muito bem sua narrativa, mas tem menos momentos extasiantes...

Em Phoenix um momento sublime como a cena final acaba se diluindo um pouco e o filme como um todo não chega à excelência.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

O Menino e o Mundo - Alê Abreu


O Menino e o Mundo conta a história de um menino que sai de uma pequena aldeia em busca de seu pai e se depara com o "mundo": agricultura e exploração de trabalhadores, cidade e máquinas, industrialização, publicidade, consumo, pobreza...

Um personagem doce e carismático vivenciando situações universais de desigualdade e resultando em um filme meigo e profundo com argumentos simples, didáticos e extremamente contundentes.

Com grandes méritos o filme vem tendo grande repercussão de público e de crítica: seu visual é simples, mas belíssimo: traços quase minimalistas (vide o próprio protagonista), harmoniosa escolha de cores e formas e muito bem harmonizadas com as trilhas e efeitos sonoros.

Também é incrível a forma como conta situações e passagens tão complexas sem palavras ou muitas ações. Muitas vezes está mais próximo de um sensorial Koyaanisqatsi, de Godfrey Reggio do que de um filme narrativo.

Talvez por isso a única ressalva ao filme seria ele ser um pouco longo para sua proposta. Falta ou situações para nos aproximarmos mais do menino de maneira afetiva (pois potencial para isso não falta).

Ou manter seu estilo mais clipado mas um pouco mais curto. Muito mundo para esse menino? Mas não muito menino para nós! A vontade é termos mais e mais "meninos" como esse!!!


Maravilhosa iniciativa, criativo resultado e merecedor de todos os prêmios que vem ganhando! (E que venham mais!).