Penúltimo filme do grande diretor francês Louis Malle, Perdas e Danos é baseado no livro de Josephine Hart.
O filme traz uma densa história cheia de revelações e reviravoltas entre os diferentes traumas, complexos e conflitos de personalidades de seus personagens principais.
São tantos os dramas que o filme se constrói de maneira esquemática e fica frio, beirando o artificialismo.
A moça estranha que começa a namorar o filho de um ministro inglês e passa também a se relacionar com o próprio e aos poucos os vai envolvendo em sua trajetória trágica, bem aos moldes gregos, com os personagens parecendo peças de um destino.
Malle é extremamente competente em sua direção de atores, decupagem e demais escolhas estéticas, mas acaba confeccionando tantas molduras e precisão para os atos que narra que as emoções ficam contidas e esquemáticas.
Fica difí cil nos envolvermos com o filme e nossa relação com a trama se torna extremamente racional. Algo comum em outros filmes da época, mas visto hoje, 30 anos após ter sido feito, resulta frio.
As perdas e danos parecem um caso de análise de direito ou psicanálise, sem nuances mais humanas e emocionais.
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