O diretor argentino Gustavo Taretto vem amadurecendo sua identidade com roteiros intimistas, próximos a seus personagens, observadores do mundo em que vivem, em filosofias cotidianas, sejam profundas ou pueris...
E também com Insoladas.
Porém em Insoladas Taretto não fala tanto sobre seu universo de jovem urbano de classe média, fala de uma classe um pouco mais baixa e, principalmente, fala - ou tenta falar - do universo feminino.
Aqui seis mulheres tomam sol na laje de um prédio e se preparam para um concurso de dança em que vão participar na mesma noite.
Na longa tarde que passam ali, fazem cuidados estéticos, comem, bebem, choram, riem, falam sobre a dança, sobre os preparativos, sobre a possibilidade do prêmio, sobre seus cotidianos e seus sonhos.
Na longa tarde que passam ali, fazem cuidados estéticos, comem, bebem, choram, riem, falam sobre a dança, sobre os preparativos, sobre a possibilidade do prêmio, sobre seus cotidianos e seus sonhos.
Mas privilegiando o ritmo e o humor do filme, Taretto fica em um limiar do humor prosaico e de estereótipos e se apoia em alguns clichês que muitas vezes nos afastam de suas personagens.
O interessante trabalho estético, criando um visual de exageros, que nos aproximam dos anos 80 ou do mundo "Barbie" de cores plastificadas também contribuem para essa relação com as personagens e seus gestos.
A riqueza e perspicácia de seu olhar permanecem, mas se mostram menos eficientes num universo menos próprio dele, como havia mostrado no sensível Medianeras, Insoladas tem sua graça, mas lhe falta um pouco de densidade.
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