O músico e compositor tão conhecido da MPB brasileira resolveu se arriscar na arte cinematográfica. Alceu Valença estreou com o roteiro e direção de Luneta do Tempo.
O filme é uma história de cordel do sertão, uma coletânea de fatos reais, míticos, culturais.
E a narrativa reflete essa colcha de retalhos e de fuxicos...
Tem Lampião e Maria Bonita, cangaceiros e policiais, histórias de amor e de traição, bebedeiras, jogatinas, circos e artistas.
Começa vigoroso em seus enquadramentos, montagens e interpretações (tendo à frente o genial Irandhir Santos - de filmes como Tropa de Elite e Tatuagem - já comentados aqui e Hermila Guedes - também atuante no cinema pernambucano contemporâneo também comentado aqui) e obviamente nas canções (destacadas pela voz do próprio diretor).
Mas aos poucos a narrativa vai se afrouxando, se perdendo em tantas intenções e na dificuldade de se costurarem.
O tecido se esgarça e faz falta um roteirista que estivesse fora da cabeça barroca de Alceu e, principalmente, de seu coração e suas lembranças afetivas.
Algumas nos chegam e nos instigam - mesmo que herméticas, mas outras são imaturas, piegas ou mesmo confusas.
Falta filtro, edição e certa maestria de composição cinematográfica. O potencial de direção está ali, mas algum roteirista para ajudar a reger teria feito o filme ecoar muito mais longe... E muito mais melódico e harmônico!
Peçamos bis e vejamos o que mais vem por aí...
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