Roteiro de realismo fantástico e uma direção bastante presentes são as marcas principais do filme.
Há um tempo circular, atemporal, de personagens que se encontram mas vivem em mundos e tempos diferentes.
Diálogo com outro filme lançado pela Superfilme em sequência: Rio Cigano, de Julia Zakia, já comentado aqui.
Ou podem ser lembranças, ou podem ser visões subjetivas, ou podem ser mundos inconscientes, subconscientes...?
A menina que nasce e (re)vive seus passos e/ou os passos de sua mãe... A vida familiar, as relações entre os pais, o irmão, os irmãos, uma amiga, algumas pessoas da vizinhança...
Uma tragédia de concepção, as dificuldades de comunicação, as relações com o ambiente...
Seja as paisagens naturais ou mesmo a cultura local.
Seja as paisagens naturais ou mesmo a cultura local.
História de grande potencial, porém dilatada a um extremo um pouco cansativo. O tamanho do filme também é sentido por um excesso de preciosismo de linguagem.
A linda fotografia, a precisa seleção de paisagens não são suficientes para segurar o filme.
A interpretação, apesar de alguns atores estarem muito bem, acaba sendo um dos principais incômodos (em especial com as crianças).
Tudo é dirigido sempre em uma tensão máxima, e portanto as personagens acabam não tendo curvas e ficam planas.
Tudo é dirigido sempre em uma tensão máxima, e portanto as personagens acabam não tendo curvas e ficam planas.
Há uma densidade latente e conflitos sempre a ponto de explodirem, mas nunca explodem, assim a tensão em que fica o espectador não extravasa, e pouco a pouco vai se desgastando.
Esse desgaste é reforçado pela montagem, onde tudo sobra um pouco. Se fossem reservadas certas demoras, cuidados, ralentamentos para algumas cenas, essas ganhariam força e se tornariam especiais. Mas como todo o filme tem o mesmo tom, os tempos e espaços se banalizam um pouco.
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