segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Rio Cigano - Julia Zakia


Rio Cigano é o primeiro longa-metragem da talentosa Julia Zakia, que teve destaque com outros trabalhos como o curta fabuloso A estória da figueira e o documentário-homenagem intimista e pessoal O chapéu do meu avô.

As qualidades desses seus outros trabalhos estão presentes aqui também, há a fábula e o clima intimista, inclusive na realização, já que Julia além de roteirista e diretora é também atriz, se colocando em ação e questão...

Rio cigano traz um pouco do universo de uma comunidade cigana (inspirada no mergulho que Julia fez com o grupo e inclusive rendeu o documentário Tarabatara), o dia-a-dia, os costumes, rotina, lendas...


Entre as lendas, símbolos como águas amanhecidas, luas, lobos, condes...

Ao passar pelas terras de uma condessa e entrarem em conflito, o grupo todo foge, ficando para trás apenas a menina Reka. 


Reka é encontrada pela condessa e passa a servi-la.

A perda é duramente sentida pelo grupo, que tenta resgatá-la, mas não consegue. Além dos pais, quem mais sofre é a melhor amiga Kaia, que mesmo adulta segue com o desejo de encontrar a amiga.

Bonita história, interessante mistura entre tom documental, de fábula, de drama ou suspense.


Falta talvez mais orquestramento desses elementos tão ricos e instigantes, definir melhor um público (que ora parece adulto, ora juvenil, ora infantil...) e narrar com mais densidade para esses espectadores. Priorizar um fio e poder dirigir mais, conduzir no bom sentido da narrativa.

O argumento, os atores (e não atores muito bem trabalhados), a fotografia, a direção de arte, a montagem... Está tudo ali!


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