A artista francesa Noémie Lvovsky já atuou em dezenas de filmes, como o ótimo L'Apollonide, já comentado aqui.
E se aventurou em alguns roteiros e direções, como seu trabalho mais recente que acaba de estrear por aqui: Camille outra vez.
Uma comédia romântica que vai em uma linha fabulesca semelhante ao Além do Arco-íris da também atriz e diretora Agnès Jaoui, também comentado aqui.
Embora Noémie brinque mais com elementos pop, até pensando na semelhança temática com De volta para o futuro de Robert Zemeckis e mesmo Brilho eterno de uma mente sem lembranças de Michel Gondry, outro já comentado aqui no blog.
A ideia de Camille viver sua juventude outra vez também é suscitada pelo fim de um relacionamento, seu casamento de mais de 20 anos, sem o qual ela se vê perdida e se vê no desafio de se reconstruir.
Na reconstrução o desejo de corrigir imperfeições do passado, seja evitar acidentes com familiares ou fugir da possibilidade de viver a relação que lhe causará sofrimento no futuro.
O curioso da construção do filme são os acordos de fidelidade extremamente farsescos, quase teatrais:
A atriz não passa por nenhuma maquiagem ou caracterização, apenas o figurino adolescente, ainda mais ridículo e antinatural em uma mulher de meia idade.
Seus gestos e atitudes também não acompanham os ambientes pelos quais ela frequenta e como as pessoas lhe tratam.
A atriz não passa por nenhuma maquiagem ou caracterização, apenas o figurino adolescente, ainda mais ridículo e antinatural em uma mulher de meia idade.
Seus gestos e atitudes também não acompanham os ambientes pelos quais ela frequenta e como as pessoas lhe tratam.
Além desses aspectos cômicos, o filme também brinca com a linguagem e abusa de vários clichês como câmeras lentas e comentários musicais.
É preciso "comprar" a brincadeira para embarcar e se divertir, para ver o que pode estar por trás de certas piadas.
(ver como os reencontros no passado e no futuro podem ter conotações psicológicas e filosóficas sobre o aceitar as próprias escolhas e ter que enfrentá-las).
(ver como os reencontros no passado e no futuro podem ter conotações psicológicas e filosóficas sobre o aceitar as próprias escolhas e ter que enfrentá-las).
E também para relevar as tantas imperfeições como pontos fracos de roteiro e de atuação, por exemplo.
Com essas abstrações, o filme é mais um agradável romance francês.
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