Estreia na direção de longas da atriz Sylvie Testud, conhecida, entre outros, pela participação em Piaf.
A Vida de Outra Mulher é inspirado por um argumento bastante interessante, de mulher que desperta um dia sem lembrar de nada a respeito de seus últimos anos.
Assim, não reconhece seu filho, a ascensão na carreira, as crises no casamento... Nenhuma das mudanças pelas quais passou...
Marie Speranski, vivida pela talentosa e carismática Juliette Binoche, tem que se redescobrir e de certa maneira se reinventar (como coloca Paul, seu marido - ou ex - vivido por Mathieu Kassovitz).
E essa redescoberta e reinvenção, além de momentos divertidos, curiosos e engraçados, trazem também melancolia, drama e uma abordagem sobre o "tempo" de maneira mais intangível...
Não é à toa que em uma das cenas Marie está lendo o clássico de Proust.
E aí que está o mais interessante do filme, que é bem executado (boa fotografia, arte, elenco), mas que tem também variações muitas vezes estranha de tom
(o que pode ter a ver com a cultura francesa, já que tem semelhança com alguns problemas de ritmo de outros filmes de lá, como o recente Delicadeza do Amor, já comentado aqui.).
Mas o mais tocante do filme é esse questionamento sobre as bifurcações que a vida pode ter, as escolhas que fazemos, o que podemos ou não recuperar...
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