domingo, 16 de maio de 2010

Psicose do mestre Hitchcock

Difícil saber exatamente nos dias de hoje porque Psicose se tornou um clássico. Além de ser um filme com grandes qualidades artísticas, o que ele teria de excepcional?

Posso intuir que o carisma com que o início do filme é construído, nos aproximando da vida de uma jovem com sentimentos profundos numa situação difícil que se vê impelida a jogar tudo pro outro e tentar algo novo... O que?


Não chegamos a saber, porque o mestre também nos instiga e surpreende mudando completamente a trama. A jovem é assassinada e em cenas brilhantemente construídas, que estarão na história do cinema provavelmente pra sempre, já que a música e os gestos das facadas estão no imaginário mundial. 


E então o filme segue como um policial onde se tenta descobrir quem matou a bela. Thriller armado, em suspense puro. E ao final, uma outra volta, porque o filme deixa de se preocupar também com o assassino e se detem no porquê do assassino ter cometido seu crime.

Muitas camadas, muitas idas e vindas, muitas idéias lançadas.

Sigo com certa heresia cinematográfica de sentir que Hitchcock não dialoga muito comigo; não por não reconhecer seu talento, de maneira alguma, mas por não me envolver tanto tentando descobrir assassinatos e saber o que se passa. Em geral me interessam mais os porquês e ao final pra mim em seus filmes isso está um pouco desequilibrado, dividido com tantas ações brilhantemente construídas.

No meu imaginário também já está o chuveiro, o grito, a faca, o "nhim-nhim-nhim", mas já espero outros saltos que se possam dar, os tratamentos que podem ser dados em outras psicoses...


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