A dupla de irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne já bastante consagrada com seus filmes intimistas, densos e concisos como A Promessa ou O Garoto da bicicleta - já comentado aqui, apresenta um novo "caso" em A Garota Desaparecida.
Adèle Haenel conhecida por filmes como Aliyah e L'Apollonide: Os amores da casa de tolerância - também comentados aqui é uma médica em início de uma carreira promissora. Logo no início ela vive o dilema da carreira do quanto se envolver com os casos que trata.
Isso é colocado à prova quando deixa de atender uma campainha e a moça que a toca desaparece.
A médica então muda um pouco suas atitudes e tenta compensar e reverter sua atitude, num novo papel controlador, reparador e investigativo do caso.
O filme nos atrai a acompanhar bem de perto a trajetória da moça (num talento de direção que os Dardenne dominam muito bem e de maneira muito parecida com o belíssimo filme anterior Dois dias, uma noite), entretanto faltam elementos psicológicos que aprofundem a trama.
Diferente de outros filmes da dupla, que nos levam a diversas reflexões e lacunas instigantes, aqui a concisão deixa o filme um pouco plano.
Não há crescentes, mudanças da personagem ou outras nuances, os coadjuvantes contribuem também com suas histórias, mas como aparecem de maneira um pouco estanque não trazem tantas curvas dramáticas à narrativa.
Faltam talvez mais variações das intenções dessa protagonista, ela ser mais confrontada e nos levar a mais emoções que nos aproximem da trama.
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