O inglês Jonathan Glazer já tem experiência na direção de filmes de terror, o autor de Reencarnação chega agora com Sob a Pele.
O filme recebeu elogios de diversas revistas e jornais especializados mas ficou ainda mais famoso por ter suscitado inúmeras vaias em Cannes em 2013. E de fato o filme deixa muito a desejar.
A trama começa bastante instigante, com uma protagonista carismática, vivida por Scarlett Johansson, e diálogos truncados e envolventes.
Vários personagens secundários que nos deixam intrigados e com lacunas que despertam nossa curiosidade e intensificam o clima de suspense do filme.
Faz lembrar o ótimo Fora de Satã de Bruno Dumont, já comentado aqui.
Entretanto a trama alienígena-vampiresca não evolui muito.
A moça que atrai homens para se alimentar deles, passa grande parte do filme fazendo apenas isso e quando esboça alguma reação (que não sabemos ser medo, arrependimento, banimento de superiores) não faz revelações além.
Ela tenta viver como uma mulher normal, mas é impossível.
E assim faz lembrar outros clássicos também como Blade Runner de Ridley Scott: replicantes poderiam viver como seres humanos?
E aqui, o que acontece com a afetividade da protagonista? Onde estão seus sentimentos, sonhos, medos?
Há algo além do que vemos sob sua pele (sempre tão exposta ao longo do filme, em nus, closes e planos detalhe), mas acaba ficando na superfície.
A tensão de clima de suspense que percorre todo o filme não erupciona e nos deixa um pouco à margem, à deriva, como as lindas cenas de praia do filme.
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