Autor de obras televisivas e documentais, Koreeda se firma cada vez mais na ficção cinematográfica em títulos como Depois da Vida, nos mostrando, a cada título, que sabe misturar fantasia e cotidiano e sabe nos emocionar!
Como no maravilhoso Ninguém Pode Saber, novamente o foco é nas crianças e em seu cotidiano - desde as pequenas tarefas, os diálogos fantasiosos e a ludicidade das brincadeiras e peripécias.
Em O que eu mais desejo, dois irmãos se veem vivendo separados após a separação dos pais e desejam reverter a situação.
Para isso passam por uma trajetória onde diversas dificuldades aparecem, amigos e familiares se envolvem e as crianças passam por grandes aprendizados.
Há uma trajetória bem clássica de jornada do herói, na qual os meninos estão em intenso aprendizado.
Para um ocidental, há cenas em que parecem um pouco desconexas, sem uma lógica muito ordenada, mas que se intui claramente vir da diferença de cultura.
A escolha de trilhas, assuntos das tramas secundárias e estética do filme tem apelos pop que também se percebe fazerem mais sentido entre os japoneses
(assim como As Melhores Coisas do Mundo, de Laís Bodanski (já comentado aqui), que tem semelhanças de universo e tom, talvez possa ter aspectos mais intensos para nós brasileiros).
De qualquer maneira, o resultado é um filme universalmente gracioso, para se assistir sorrindo do começo ao fim, seja com lágrimas nos olhos ou comichão de risos na barriga.
Destaque para o trabalho de atores entre tantas qualidades do filme. Confiram!