Estréia em longa-metragem do denso, intenso e talentoso diretor Jeferson De.
Muito seguro de seu projeto e resultado, apresentou a sessão que assisti com confiança, orgulho, e simpatia!
Tem um projeto contundente e um filme forte...
O vigor do filme está presente desde pequenos detalhes como a cantoria do importante rap dos Racionais "Fim de semana no parque".
Até o trabalho de atores: Caio Blat, Jonathan Haagensen e Silvio Guindane.
Além de coadjuvantes como Ailton Graça e a esplendorosa Cássia Kiss (que é quem mais me convence e comove em todo o filme).
Tenho alguma ressalva com o roteiro, no qual sinto algumas redundâncias, situações muito anunciadas, quebra de surpresas, desgaste de expectativas para uma narrativa que é forte e funcionaria não fossem certos excessos...
E aqui está o que pra mim é principal problema do filme: o esforço de ser realista que chega a um estereótipo... Claro que tenho dificuldades de avaliar uma realidade de periferia, mas a energia da juventude daí, com tantos gritos, palavrões, agressões me soam excessivos.
Até porque Jeferson não parece querer fazer simplesmente mais um filme sobre a violência na periferia, ele quer falar de cotidianos, de possibilidades, de sonhos, de companheirismo (sugerido pelo título inclusive).
Nesse ponto o Bróder poderia ser melhor, poderia ter menos agressividade em seus personagens e ser menos agressivo com seu público, isso não tiraria sua força e lhe daria mais verdade...
Afinal, mais do que a intenção de uma obra de arte, vejo a intenção de Jeferson em fazer um documento de seu/nosso mundo e seu/nosso tempo...
E esperemos a próxima obra De...
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