Drama psicológico forte, denso, profundo! Estréia do escritor Philippe Claudel na direção, se atreveu a fazer uma trama em um dos meus gêneros preferidos e que há alguns meses não me dava um exemplar tão bom!
A história de uma mulher que está saindo da prisão após 15 anos e que está voltando à vida em sociedade. Sua volta se dá a partir da acolhida na casa de sua irmã. Seus motivos, suas dores, seus segredos, suas redescobertas e a convivência com todo o círculo de relações da família da irmã, com sugestões de outras relações e conflitos muito ricos tb é o que acompanhamos por duas horas.
(esses outros conflitos são algo que tb adoro, pois são pontas soltas, variedade de pontos de vista e situações, que nos aproximam mais da vida real... ñ é um recorte falso e providencial...)
E a construção lacônica, misteriosa e truncada da protagonista é o que vai fazendo com que o interesse seja despertado pouco a pouco.
Aproximamos nosso olhar daquela figura misteriosa, ora repulsiva, ora atraente.
As atuações são decisivas para isso: Kristin Scott Thomas está muito bem no papel, lembrando divas do cinema como Isabelle Huppert e Catherine Deneuve.
E aos poucos a trama vai sendo revelada, desde suas personalidades, suas vivências... Até chegarmos ao fato central que é profundo, complexo, ambíguo e extremamente comovente.
Filme muito bom e que chama atenção principalmente em tempos de escassez de qualidade...
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Divã
Vi o filme como material de pesquisa e tb por curiosidade especial pelo cinema nacional - seus experimentos e tentativas.
Por conta de circunstâncias, vi em DVD (o que raramente faço, pois gosto que minha primeira experiência com o filme seja de forma mais plena. DVD é bom para rever!).
Mas, no caso, confesso que fiquei feliz, teria sido um desperdício ir ao cinema para ver uma trama tão novelesca, com uma seqüência tão grande de caricaturas e clichês!
Se salva uma outra ou outra piada, um ou outro comentário. Para mim, nem mesmo a atuação de Lilia Cabral, que foi bem falada, passa...
Tudo me soa mesmo como sitcomzinha barata...
terça-feira, 21 de julho de 2009
Apenas o Fim - Matheus Souza
Independente do que ache do filme, a iniciativa é bem bacana!
Filme feito com uma idéia na cabeça, uma câmera na mão e amigos ao redor...
O elenco está bem, algumas saídas simples e funcionais de cenário e recursos (parcos e que fazem falta na qualidade das imagens - inclusive há tentativas de drible com alguns momentos de "brincadeiras" de linguagem, como cortes na tela, repetições de quadro, etc, mas que destoam do resto e não levam a lugar nenhum...)
Sinto referências interessantes como Antes do Amanhecer / Pôr do Sol de Richard Linklater, que tb me inspira mto pela simplicidade, despretensão, intimismo e sensibilidade...
Me lembra de leve filmes do Rohmer, filmes de Woody Alen, Jorge Furtado, ou seja, filmes D.R.: em Apenas o Fim o casal segue em uma longa conversa-despedida, onde apresentam suas diferenças, afinidades, personalidades, lembranças, planos... Diálogos agradáveis, saborosos, às vezes banais demais...
Tudo para sair aplaudindo, mas falta algo... Emoção!
É uma despedida, mas não há emoção e isso acaba esvaziando mto tudo que acontece, até mesmo os diálogos que são tão charmosinhos...
Faltou se debruçar mais sobre Antes do Amanhecer e estudar a curva de emoções do casal...
Ali, tb há uma despretensão e não há casos de vida ou morte, mas o fato do casal não se conhecer cria emoções que vão da curiosidade inicial, passa pelo jogo de sedução, entrega, questionamentos, esperanças, expectativas até a aflição de uma despedida...
Apenas o Fim fica numa certa mornidão que acaba esgotando a simpatia e o bom humor com que tudo é tratado, nos fazendo nos perguntar se não seria melhor que fosse um curta...
E uma pena, pois com uns cuidados a mais isso não aconteceria...
E uma pena, pois com uns cuidados a mais isso não aconteceria...
Aguardemos então o próximo passo do novato e promissor diretor Matheus Souza!
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Paris
Famílias, amores, sentidos de vida, amizades, relações com uma cidade...
Paris!
As tramas até são interessantes, mas não se adensam muito e perdem um pouco da sua força e fôlego ao longo do filme...
Bom elenco, certo ritmo, qualidades técnicas, mas sem nenhum algo mais...
ps: de qq maneira interessante ver um filme de temas maduros depois dos juvenis Albergue Espanhol e Bonecas Russas, do diretor... Mesmo porque começou bem com Albergue, mas decaiu mto bom Bonecas...
terça-feira, 7 de julho de 2009
De Repente Califórnia
Falta de opção, filme na brecha de horário em que tinha, vamos lá...
Se o filme tem algum diferencial é que com toda a mesmice que tem, surpreende que o casal protagonista seja gay...
E daí a observação: vi esse filme no Espaço Unibanco,
Uma crítica feroz aos dois espaços e aos dois tipos de público: ao Cinemark e seus freqüentadores por não se julgarem prontos pra ver relações homossexuais de olhos abertos e ao Unibanco, por achar que um filme pode se bastar com alternativo simplesmente por ter relações homossexuais...
Se o filme tem algum ponto positivo por existir, por usar uma linguagem mais popular com um romance homossexual, a maneira como foi lançado (ao menos em sp) distorce qq mérito possível...
(por outro lado, essa continua sendo uma conquista que vejo e que me orgulho de vivenciar em nossa sociedade nos dias de hj... a revolução sexual do século XXI: uma maior aceitação da homossexualidade e que ganha espaço a cada dia...)
Uma certa perda de tempo ter ido,
mas que me renderam algumas reflexões:
Antes de entrar na sessão li "O.C. gay",
com referência ao seriadinho adolescente...
Na mosca! Um romancezinho de adolescentes, com interpretações caricatas, musiquinhas pré-adolescentes, trama simplória e ligeiramente maniqueísta, fotografia sem graça e por aí vai...
Se o filme tem algum diferencial é que com toda a mesmice que tem, surpreende que o casal protagonista seja gay...
E daí a observação: vi esse filme no Espaço Unibanco,
mesmo ele sendo digno de um Cinemark...
Uma crítica feroz aos dois espaços e aos dois tipos de público: ao Cinemark e seus freqüentadores por não se julgarem prontos pra ver relações homossexuais de olhos abertos e ao Unibanco, por achar que um filme pode se bastar com alternativo simplesmente por ter relações homossexuais...
Se o filme tem algum ponto positivo por existir, por usar uma linguagem mais popular com um romance homossexual, a maneira como foi lançado (ao menos em sp) distorce qq mérito possível...
(por outro lado, essa continua sendo uma conquista que vejo e que me orgulho de vivenciar em nossa sociedade nos dias de hj... a revolução sexual do século XXI: uma maior aceitação da homossexualidade e que ganha espaço a cada dia...)
quarta-feira, 1 de julho de 2009
A Partida
Boa trama, original, interessante, assuntos densos...
Um violoncelista que vai trabalhar em uma agência funerária e tem seu casamento e suas relações familiares questionadas por isso: ótima premissa!
E boa condução tb, mas há um certo desequilíbrio oriental:
ora há a delicadeza, laconismo, minimalismo (que me instigam e agradam mais)
e ora há uns excessos de comicidade e sentimentalismo
(lembro qdo vi trechos de uma série japonesa um tempo atrás e fiquei horrorizada com a semelhança com o tom mexicano de exageros)
E A Partida às vezes dá essas derrapadinhas... Tá numa trama dramática e de repente quer fazer humor físico com seus personagens, colocando caretas estranhas e excessivas, ou qdo tá se encaminhando pro final, momento em que vc está super envolvido e instigado e que aí é interrompido por um momento musical que é quase um clipe - uma grua que fica passeando, dando voltas e mais voltas no protagonista... Acabo me afastando um pouquinho com isso...
Mas ainda assim, os méritos se sobressaem! Principalmente em tempos de filmes meia-boca, valeu a pena!!!
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