Que história genial a de Elvis.
Ícone pop, cantor fenomenal, somado a uma performance sexy e chocante, mas com potencial para muito mais...
Sua entrada na música por influência não só da música country local mas também pela cultura negra em plena ascensão do rhythm and blues, poderiam resultar em algo ainda mais criativo, irreverente e arrebatador.
Acabou sendo "apenas" um ídolo de multidões e um dos principais nomes do início do rock.
Seu potencial foi corrompido, a figura frágil, o rapaz vulnerável que acabou susceptível a influências familiares, à ganância de seu produtor Tom Parker e à sedução e apelo das drogas.
As personagens estavam todas colocadas: o mocinho, o bandido, os coadjuvantes e o cenário efervescente do choque cultural e da música dos anos 50, 60 e 70.
O filme traz tudo isso e ainda tenta modernizar mais uma linguagem que por si só já seria eletrizante. Mas o que seria de Baz Luhrmann sem querer brilhar ainda mais do que todas as lantejoulas de Elvis?
E deu certo. Com sua linguagem frenética, captando o ritmo tiktok da atualidade, alcançou um grande público.
Porém, para um público desejoso de adentrar e se emocionar com a história de Elvis, fica faltando espaço (e tempo) para envolvimentos.
A imagem não para nem por um segundo na tela: são cortes, movimentos de câmera, movimentação de atores, efeitos, sons, narração... O filme é uma metralhadora audiovisual.
Não dá tempo para respirar e, portanto, falta fôlego para os possíveis momentos de arrebatamento.
Tanto da história pessoal e familiar, quanto pela contemplação de sua arte.
Ao contrário de outros filmes musicais como Bohemian Rhapsody ou Rocketman não dá pra dar "play" no filme como em um disco de melhores músicas. Talvez como um clipe de melhores momentos das melhores músicas (com duração de 2h40).
O filme acaba "faltando", dado tantos excessos...