Minha relação com Filmefobia é um pouco mais intensa que a média...
Meu ex-namorado era um dos fóbicos...
E dos mais excêntricos e comentados, inclusive abre o filme...
Caio - fóbico de anão...
Acompanhei seus momentos como depoente
e depois notícias sobre o filme.
Antes mesmo da estréia, já comecei a pensar mais sobre o filme,
vendo um telão no saguão do Espaço Unibanco,
justamente com a cena do anão,
vi lá pessoas ao meu lado comentando e rindo...
Daí, enfim, fui ver o filme no último feriado...
Interessante o tema: vem de encontro às angústias,
aflições, medos das pessoas hj em dia...
Inclusive graças ao filme e ao convívio com Caio me vêm as questões:
a partir de que ponto o medo passa a ser fobia?
De onde elas vêm? Como devem ser tratadas?
No caso do Caio, por exemplo, que tem fobia de um tipo de pessoa,
ele mesmo fala ser horrível por parecer que ele tem preconceito,
mas que é algo que vai além, e que a sensação ao encontrar um anão
acaba sendo complexa pois se mistura a repulsa que ele tem ao anão
com a que ele tem dele mesmo por sentir isso...
Ou seja, pano para muita manga...
Material para uma discussão profunda, porém...
O filme fica muito aquém...
Uma sucessão de quadros fóbicos expostos:
cenas em que o fóbico de rato deita em cima de ratos,
que o fóbico de altura é suspenso no ar,
que o fóbico de botão é atingido por centenas deles,
que o fóbico de sangue (no caso o diretor) vê sangue ao seu redor...
Traquitanas carnavalescas os colocando nessas posições
que me fazem quase achar graça, que não me aproximam dos personagens
e não me tocam, e que em geral me fazem sentir um constrangimento alheio!
Salvo por uma ilustre presença: Jean-Claude Bernardet!
O cineasta aqui é o personagem principal
e é quem nos momentos de bastidores mostrados no filme,
acaba levantando importantes questões: até que ponto é válido,
até que ponto é sádico colocar as pessoas naquelas situações?
Aonde se quer chegar com aquilo tudo?
E tb é ele quem conversa com um psicanalista
de onde surgem colocações mais científicas...
E o principal: é dele que vem uma fobia (?) mais profunda,
pois ele é um cineasta que corre o risco de ficar cego e expõe isso no filme...
É o que mais me toca no filme, mas aí acho até que sai do tema,
pois não parece uma fobia, mas uma angústia, um sofrimento real...
E daí até parece um contraponto com os fóbicos,
que parecem ainda mais rasos por conta disso...
(pessoas tendo xiliques com coisas sem perigo e bizarras,
como palhaços, botões ou borboletas)
E daí volta a minha relação particular com o filme,
de quem convive com um fóbico e que aprendeu a respeitar...
Mas que não entende muito bem o processo como a fobia vem à tona
e fica frustrada por o filme não dar muitas pistas...
Meu ex-namorado era um dos fóbicos...
E dos mais excêntricos e comentados, inclusive abre o filme...
Caio - fóbico de anão...
Acompanhei seus momentos como depoente
e depois notícias sobre o filme.
Antes mesmo da estréia, já comecei a pensar mais sobre o filme,
vendo um telão no saguão do Espaço Unibanco,
justamente com a cena do anão,
vi lá pessoas ao meu lado comentando e rindo...
Daí, enfim, fui ver o filme no último feriado...
Interessante o tema: vem de encontro às angústias,
aflições, medos das pessoas hj em dia...
Inclusive graças ao filme e ao convívio com Caio me vêm as questões:
a partir de que ponto o medo passa a ser fobia?
De onde elas vêm? Como devem ser tratadas?
No caso do Caio, por exemplo, que tem fobia de um tipo de pessoa,
ele mesmo fala ser horrível por parecer que ele tem preconceito,
mas que é algo que vai além, e que a sensação ao encontrar um anão
acaba sendo complexa pois se mistura a repulsa que ele tem ao anão
com a que ele tem dele mesmo por sentir isso...
Ou seja, pano para muita manga...
Material para uma discussão profunda, porém...
O filme fica muito aquém...
Uma sucessão de quadros fóbicos expostos:
cenas em que o fóbico de rato deita em cima de ratos,
que o fóbico de altura é suspenso no ar,
que o fóbico de botão é atingido por centenas deles,
que o fóbico de sangue (no caso o diretor) vê sangue ao seu redor...
Traquitanas carnavalescas os colocando nessas posições
que me fazem quase achar graça, que não me aproximam dos personagens
e não me tocam, e que em geral me fazem sentir um constrangimento alheio!
Salvo por uma ilustre presença: Jean-Claude Bernardet!
O cineasta aqui é o personagem principal
e é quem nos momentos de bastidores mostrados no filme,
acaba levantando importantes questões: até que ponto é válido,
até que ponto é sádico colocar as pessoas naquelas situações?
Aonde se quer chegar com aquilo tudo?
E tb é ele quem conversa com um psicanalista
de onde surgem colocações mais científicas...
E o principal: é dele que vem uma fobia (?) mais profunda,
pois ele é um cineasta que corre o risco de ficar cego e expõe isso no filme...
É o que mais me toca no filme, mas aí acho até que sai do tema,
pois não parece uma fobia, mas uma angústia, um sofrimento real...
E daí até parece um contraponto com os fóbicos,
que parecem ainda mais rasos por conta disso...
(pessoas tendo xiliques com coisas sem perigo e bizarras,
como palhaços, botões ou borboletas)
E daí volta a minha relação particular com o filme,
de quem convive com um fóbico e que aprendeu a respeitar...
Mas que não entende muito bem o processo como a fobia vem à tona
e fica frustrada por o filme não dar muitas pistas...
a graça do filme é justamente essa. não é sobre fobia. é sobre cinema, imagem, angústia, verdade, mentira e outras coisas divertidas. achei ótimo.
ResponderExcluirr.b.
É um "Todo mundo em pânico 4" que acredita ser "Jogos Mortais", versão Goifman. Filmefolia.
ResponderExcluir...só o Bernardet vale ali (de modo profundo até) - o resto é descartável
me parece que uma vez que os produtores haviam começado o processo, não souberam muito bem para onde ele se direcionava.
ResponderExcluircomeçou pela viés da fobia, do medo, da angústia e a partir do meio do filme, foi se salvando daquele sadismo de vergonha alheia, que a Q comentou, para uma busca pela imagem verdadeira, que o Bernadet comenta [muito mais que o Kiko].
ao final, não resolve bem nem o começo [o porque?] nem o fim [o por que.] acaba virando um documentário sobre a realização do próprio filme, sobre os medos e as angustias dos próprios realizadores.