terça-feira, 26 de maio de 2009
Desejo e Perigo (Lust, caution)
Ang Lee é sem dúvida um diretor de qualidade...
Alguns filmes saborosos como Comer, Beber e Viver
ou de densidade e sensibilidade como O Segredo de Brokeback Mountain.
Mas a vontade de ser novelesco ou pop demais estão lá...
E às vezes transborda demais em filmes chatinhos
como Razão e Sensibilidade
ou no entediante O Tigre e o Dragão.
Sem dúvida não é falta de competência,
é apenas questão de gosto mesmo...
Por exemplo no recente Desejo e Perigo:
cenas belíssimas, atores muito bem dirigidos,
figurino, fotografia, música, reconstituição de época...
Tudo quase impecável, não fosse a trama
que vai se arrastando até chegar no romance de folhetim,
vai perdendo a surpresa, perdendo a graça,
perdendo estofo, se perdendo...
Que Ang Lee se reencontre em filmes mais profundos nas próximas!
quarta-feira, 13 de maio de 2009
FilmeFobia - Kiko Goifman
Minha relação com Filmefobia é um pouco mais intensa que a média...
Meu ex-namorado era um dos fóbicos...
E dos mais excêntricos e comentados, inclusive abre o filme...
Caio - fóbico de anão...
Acompanhei seus momentos como depoente
e depois notícias sobre o filme.
Antes mesmo da estréia, já comecei a pensar mais sobre o filme,
vendo um telão no saguão do Espaço Unibanco,
justamente com a cena do anão,
vi lá pessoas ao meu lado comentando e rindo...
Daí, enfim, fui ver o filme no último feriado...
Interessante o tema: vem de encontro às angústias,
aflições, medos das pessoas hj em dia...
Inclusive graças ao filme e ao convívio com Caio me vêm as questões:
a partir de que ponto o medo passa a ser fobia?
De onde elas vêm? Como devem ser tratadas?
No caso do Caio, por exemplo, que tem fobia de um tipo de pessoa,
ele mesmo fala ser horrível por parecer que ele tem preconceito,
mas que é algo que vai além, e que a sensação ao encontrar um anão
acaba sendo complexa pois se mistura a repulsa que ele tem ao anão
com a que ele tem dele mesmo por sentir isso...
Ou seja, pano para muita manga...
Material para uma discussão profunda, porém...
O filme fica muito aquém...
Uma sucessão de quadros fóbicos expostos:
cenas em que o fóbico de rato deita em cima de ratos,
que o fóbico de altura é suspenso no ar,
que o fóbico de botão é atingido por centenas deles,
que o fóbico de sangue (no caso o diretor) vê sangue ao seu redor...
Traquitanas carnavalescas os colocando nessas posições
que me fazem quase achar graça, que não me aproximam dos personagens
e não me tocam, e que em geral me fazem sentir um constrangimento alheio!
Salvo por uma ilustre presença: Jean-Claude Bernardet!
O cineasta aqui é o personagem principal
e é quem nos momentos de bastidores mostrados no filme,
acaba levantando importantes questões: até que ponto é válido,
até que ponto é sádico colocar as pessoas naquelas situações?
Aonde se quer chegar com aquilo tudo?
E tb é ele quem conversa com um psicanalista
de onde surgem colocações mais científicas...
E o principal: é dele que vem uma fobia (?) mais profunda,
pois ele é um cineasta que corre o risco de ficar cego e expõe isso no filme...
É o que mais me toca no filme, mas aí acho até que sai do tema,
pois não parece uma fobia, mas uma angústia, um sofrimento real...
E daí até parece um contraponto com os fóbicos,
que parecem ainda mais rasos por conta disso...
(pessoas tendo xiliques com coisas sem perigo e bizarras,
como palhaços, botões ou borboletas)
E daí volta a minha relação particular com o filme,
de quem convive com um fóbico e que aprendeu a respeitar...
Mas que não entende muito bem o processo como a fobia vem à tona
e fica frustrada por o filme não dar muitas pistas...
Meu ex-namorado era um dos fóbicos...
E dos mais excêntricos e comentados, inclusive abre o filme...
Caio - fóbico de anão...
Acompanhei seus momentos como depoente
e depois notícias sobre o filme.
Antes mesmo da estréia, já comecei a pensar mais sobre o filme,
vendo um telão no saguão do Espaço Unibanco,
justamente com a cena do anão,
vi lá pessoas ao meu lado comentando e rindo...
Daí, enfim, fui ver o filme no último feriado...
Interessante o tema: vem de encontro às angústias,
aflições, medos das pessoas hj em dia...
Inclusive graças ao filme e ao convívio com Caio me vêm as questões:
a partir de que ponto o medo passa a ser fobia?
De onde elas vêm? Como devem ser tratadas?
No caso do Caio, por exemplo, que tem fobia de um tipo de pessoa,
ele mesmo fala ser horrível por parecer que ele tem preconceito,
mas que é algo que vai além, e que a sensação ao encontrar um anão
acaba sendo complexa pois se mistura a repulsa que ele tem ao anão
com a que ele tem dele mesmo por sentir isso...
Ou seja, pano para muita manga...
Material para uma discussão profunda, porém...
O filme fica muito aquém...
Uma sucessão de quadros fóbicos expostos:
cenas em que o fóbico de rato deita em cima de ratos,
que o fóbico de altura é suspenso no ar,
que o fóbico de botão é atingido por centenas deles,
que o fóbico de sangue (no caso o diretor) vê sangue ao seu redor...
Traquitanas carnavalescas os colocando nessas posições
que me fazem quase achar graça, que não me aproximam dos personagens
e não me tocam, e que em geral me fazem sentir um constrangimento alheio!
Salvo por uma ilustre presença: Jean-Claude Bernardet!
O cineasta aqui é o personagem principal
e é quem nos momentos de bastidores mostrados no filme,
acaba levantando importantes questões: até que ponto é válido,
até que ponto é sádico colocar as pessoas naquelas situações?
Aonde se quer chegar com aquilo tudo?
E tb é ele quem conversa com um psicanalista
de onde surgem colocações mais científicas...
E o principal: é dele que vem uma fobia (?) mais profunda,
pois ele é um cineasta que corre o risco de ficar cego e expõe isso no filme...
É o que mais me toca no filme, mas aí acho até que sai do tema,
pois não parece uma fobia, mas uma angústia, um sofrimento real...
E daí até parece um contraponto com os fóbicos,
que parecem ainda mais rasos por conta disso...
(pessoas tendo xiliques com coisas sem perigo e bizarras,
como palhaços, botões ou borboletas)
E daí volta a minha relação particular com o filme,
de quem convive com um fóbico e que aprendeu a respeitar...
Mas que não entende muito bem o processo como a fobia vem à tona
e fica frustrada por o filme não dar muitas pistas...
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet - Tim Burton
Tim Burton costuma ter o dom
de me levar de volta à infância...
Com seus personagens incríveis,
suas paisagens surreais,
seus contos de fadas criativos...
Mas o que não é o excesso, não?
Quis pesar a mão na subversão
fazendo um conto de fadas macabro,
só que não ficou nem mto com cara de conto de fadas
e nem com a complexidade de uma história de outras nuances...
Pra completar a fraca história sem profundidade,
fez um completo musical...
Se no filme tem três frases não cantadas é mto!
E pra ajudar, a música é beeem brega.
Claro que o visual é como sempre impecável,
mas não foi o suficiente pra não me entendiar
e ter me arrependido de pegar uma sessão de
"melhores" de 2008 no festival do Cinesesc...
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